O costumeiro cotidiano deu uma pausa. Nem todo mundo é de ferro né, amigo? A pausa, por mais curta que nos foi dada, serve para reentrarmos em contato com o nosso eu mais calmo, mais ciente de si próprio, numa espécie de cura da alma pelos tempos turbulentos que se passa em determinados momentos da vida. É uma introspecção que nos deixa mais leves, mais sadios, mais nós mesmos.
Com isso, as paixões dessa vida tão corrida voltam a figurar no cenário da emoção. As alegrias e os momentos especiais ao lado daqueles que tanto amamos retornam como fichinhas de um jogo que ninguém opta (e nem cogita) por terminar. Ain... os amigos. Essa paixão incontrolável e o desejo de sempre estar juntinho daqueles que seguram esse sentimento sem nenhum pingo de respaldo. E quem é a favor dos pingos? Se a vida é muito curta para os prolongamentos, que derramemos todo o frasco! Só os verdadeiros sabem cuidar tão bem desse transbordo inquestionável e dessa leitura que a maturidade nos ensina a entender. Triste daqueles que não sabem lê-lo... O dia foi de sol. Muito sol. Com a luz reluzente naquele âmbito há muito degustado, não poderia ter outra entonação a não ser o do desfrute de um, literalmente, dia de sol. O dia de sol de enfiar o pé na areia e desenterrá-lo diversas vezes, brincando com as formas incoerentes ou traçados disformes formados naqueles grãos ali amontoados; o fincar do banco na areia por entre meia sombra e meia-luz; o mar, ah... o mar: o olhar espremido, meio baixo, para admirar a imensidão daquela água, não muito azul, não muito verde, mas que atua na paisagem e na mente sem limítrofes; a brisa que tenta roubar os fios de cabelo na direção que pretende partir, a mesma brisa que expõe nossos devaneios em poucos segundos de distração (ou concentração); o rodeio não-circular das pessoas naquelas batidas que se confundiam pelos sons da batida do coração e dos pedaços comestíveis do crustáceo; as risadas que iam longe, para além do que podemos imaginar. O almoço foi em família: a família da vida, que foi formada pelos acasos; constituída pelos entrelaçados do próprio destino, que nos reservou complementos que tentamos entender, mas só alcançamos os agradecimentos (sim, por favor, agradeçamos); o almoço foi de danças não-ensaiadas, conversas jogadas sobre uma mesa de refrigerantes e cerveja, no delicioso temperado daquele frango, na salada altruísta, ambientado pelos passarinhos que rodeavam aquelas telhas cerâmicas recheadas de folhas e galhos que nos soavam pela brisa passageira. Nas águas clorificadas, o amor transbordava além dos limites daqueles ladrilhos, formando uma paisagem mais que deslumbrante, que gritava por registros que ficassem guardados na memória. E como não guardar? Foram litros de risadas, de descobertas, de política, de brincadeiras, de amor, de aproximações... foram doses inesquecíveis de um dia, mais uma vez literalmente, de praia. E eu fico aqui, ansioso e extremamente positivista, amoroso e choroso, à espera por mais dias assim, desconfigurados do cotidiano, ilimitados de sonoridades da vida bucólica, registrados pelas lentes mais perfeitas da visão e da mente. À espera por mais dias assim... de praia.
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BioGraduando de Arquitetura e Urbanismo, amante da música e de séries e filmes. Séries em andamento sempre que a arquitetura deixa. Ama os amigos como família e a família como anjos divinos encarregados de nos transbordar amor. Os melhores momentos da vida foram, são e sempre serão ao lado daqueles que te dão o conforto nos (a)braços do amor.
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Dizem por aí que tenho o dom de encantar com as palavras. Verdades ou boatos, continuo escrevendo como forma de levar às pessoas o que sinto, o que passo e o que penso. As conexões entre aquelas, por assim dizer, faz-se de grande importância para que o objetivo final das palavras soadas (ou escritas) seja alcançado. Ou seja, de que se transponha a força do pensamento e a pureza do coração.
Bem vindxs ao Indeed, onde o de fato figura-se entre as mais singelas incertezas. @vinirodriguesarq
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