A foto estava jogada sobre a mesa de fórmica clara. O plástico ainda encobria aqueles sorrisos nervosos para saltar sobre alguma moldura que a caracterizasse e a lapidasse como numa mais joia rara que agora tomava seu valor final. Os olhos dividiam espaço em rostos de lágrimas e bocas com sorrisos meigos expressos sem a menor preocupação em disfarçar. Não precisava relatar o momento de esplendor do amor que brindava os centímetros impressos daquela recordação ainda sem um bordo adequado.
Os braços entrecruzados, os rostos colados, os ombros tocados... as mais simples formas e os mais singelos gestos que demonstram a naturalidade com a qual o amor foi conquistado passo a passo, num idem 'manual de instruções' (puf... como se existisse isso para o amor). Não era mais necessário falar nada; a imagem já falava por si. Por todos. Defronte a um espelho, teria dito que poderia mergulhar num amor que, propositadamente, poderia me afogar. E o espelho infinitou um amor que aceitamos como aquilo que achamos merecer. Entenda, Charlie. Perpassa por nossos olhos as mais variadas pessoas, os mais variados acontecimentos, os mais variados mundos, cujas portas abrem-se para a experimentação do pouco e do muito que se podem oferecer. Deixa-se a invisibilidade de lado e projeta-se para a vida, importando-se com aqueles que se importam consigo e aprendendo com aqueles que te invisibilizaram, afinal foram eles mesmos que fizeram-te enxergar a si mesmo e a perceber que a gente aceita o amor que acha que merece. Se não resolveu aos outros, solucionou pra mim. A foto me ratifica isso. Não se corre atrás de quem não merece o nosso amor. Afinal, quem realmente ama (sim, aquele amor de verdade) não precisa suar para contemplar-se com tamanho sentimento; é uma maratona que cansei de participar e, neste âmbito, o sedentarismo me faz muito bem. O amor chega a passos leves, até mesmo descalço, pede licença, senta na poltrona, toma um café e respinga em cada pixel do momento que guardamos e fazemos questão de lembrar, agora numa devida moldura que entorna um turbilhão de carinho e respeito pelo sentimento nutrido pela reciprocidade de cada um. Sentimo-nos em um infinito, onde a nitidez não se faz invisível e opacidade não precisa tratar.
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BioGraduando de Arquitetura e Urbanismo, amante da música e de séries e filmes. Séries em andamento sempre que a arquitetura deixa. Ama os amigos como família e a família como anjos divinos encarregados de nos transbordar amor. Os melhores momentos da vida foram, são e sempre serão ao lado daqueles que te dão o conforto nos (a)braços do amor.
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Dizem por aí que tenho o dom de encantar com as palavras. Verdades ou boatos, continuo escrevendo como forma de levar às pessoas o que sinto, o que passo e o que penso. As conexões entre aquelas, por assim dizer, faz-se de grande importância para que o objetivo final das palavras soadas (ou escritas) seja alcançado. Ou seja, de que se transponha a força do pensamento e a pureza do coração.
Bem vindxs ao Indeed, onde o de fato figura-se entre as mais singelas incertezas. @vinirodriguesarq
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