Retornei à velha infância. A véspera sempre me deixava ansioso por saber que, ao acordar no dia seguinte, alguma surpresa me esperava como a melhor visita do dia. A árvore estava esbelta na sala, mas os presentes ficavam debaixo da cama, esperando aquele olhar de menino afoito acordar e já cambalear de cabeça para baixo a fim de ver o que tinha debaixo de seus sonhos.
Ah! O Natal... é uma época esplendidamente maravilhosa. Sempre foi uma das minhas datas favoritas. Acho que pelo fato de sempre coincidir com as férias dos estudos, é aquele mês que se juntam todas as alegrias em dias que se intercalam com aquele misto de novidade, de esperança, de união, de fartura, de saúde e bem estar. É, com certeza, uma época de lembranças, de puro romantismo, de exacerbação dos mais puros sentimentos. A mesma pureza que banha a singeleza do ar que adentra o cortineiro esvoaçante do quarto, anunciando que mais um dia de dezembro está a raiar. O Natal me faz relembrar todo o ano como numa sequência de imagens que tentam recapturar todos os momentos vividos ao longo de quase 365 dias. Se faço questão de ter a sensibilidade na minha personalidade, não tem como não disfarçar as emoções de relembrar todo o ano em um piscar de olhos. Como diria Roberto Carlos, são tantas emoções! São emoções que passaram e que de algum jeito mexe com a gente. Sim, não tem como correr. Os anos entram e saem sempre acompanhados de experiências que nos aparecem para dizer "ei, você precisa aprender isso" ou "vejamos se isso é suficiente" ou "olhe como você pode crescer ainda mais" ou "pense diferente!"... São 1001 lições que em um único ano nós podemos aprender (e também lecionar), e em um único mês, recordar. Há poucos dias disseram-me que 2014 poderia acabar porque as coisas ruins deixaram o mesmo ano pesado. A carga negativa estava sobrepondo a positiva. Virei e disse que essa era uma época em que nós devemos atuar defronte a uma balança: coisas ruins poderão ocorrer, mas coisas boas serão sempre garantias diárias em nossas vidas. Quer coisa melhor que saber que você está abrindo os olhos para mais um dia? Acontece que são das coisas que julgamos ruins que devemos tirar a mínima lição que aquela fase quer nos passar. A sensibilidade deve ser a mais aguçada possível para que possamos enxergar nessas aparentes escuras dificuldades a luz que nos guiará e nos dará forças ativas para continuar seguindo em frente. Das coisas boas, que obrigatoriamente minha emoção inquieta-se para falar, eu posso afirmar que presentes não faltaram na minha árvore da vida. Eu poderia dizer que sou um misto de prazer de todos esses gifts ao qual Deus me deu a honra de retirar o laço e descobrir o conteúdo da caixa. Provei do melhor vinho que já pude degustar na vida e dos conhecimentos mais diversos em conversas regadas a boas doses de cumplicidade; apreciei as melhores lentes que vão além do que os olhos podem enxergar; embalei-me na dança performática e no canto emocionado de versos com pimentas do reino de uma carinhosa companhia que me alegra em todos os encontros; resgatei uma pedra preciosa que nutria amor por alguns anos a uma distância imperdoável e a guardo num lugar profundo do coração, onde sabes que prometi guardar com a mais bela chave e com o mais sólido dos sentimentos; assisti a um filme de faroeste (até mesmo caboclo) onde encontrei as mais belas damas das cavalgadas, disputadas pelos mais ferrenhos cowboys de armas apontadas e corações entrelaçados; eu encontrei um outro coração que pulsa identicamente ao meu e que posso dividir artérias e veias para nutrir uma reciprocidade incomum, indiscutível e extremamente sensitiva; reafirmei a irmandade de um laço feito desde que sei o que é ser gente, que mesmo apertado forte, nunca vira nó; gastei os neurônios nas bebidas incontestes de um antigo parceiro beberrão das melhores dicas de sábado à noite; assisti ao melhor telejornal na emissora da vida. Andei no melhor estilo SUV e compartilhei de carinho amigo mesmo nas distâncias; ousei dos abraços altos e fofos de uma paixão de cabelos lisos, risonhos e de grande companhia; visitei o teatro da imaginação e confortei-me diante de seus braços amorosos e extremamente convidativos; chorei a partida breve das mais loucas das loucuras, das risadas sadias, e da garota exemplar de coração fervoroso, justiceiro e de um fundo totalmente amoroso; tentei dar a base de sua caminhada, que nunca deixará de ser brilhante como você mesmo vem, a passos próprios, abrilhantar; e reconfirmei meu voto sentimental na figura grande (literalmente) que é um irmão de brisas, de tormentos, de sol escaldante, de nuvem, de areia, de mar, de todos os tempos. Encontrei uma joia aparentemente sem dono em outras viagens, apoderando-me no calor mais belo da palavra; consolidei o compasso agudo de uma amizade morenizada e batalhadora; reli a companhia na distância que me pegou quando fez questão de visitar Tio Sam; surpreendi com o potencial carinho dos cachos infindáveis dos sonhos cabeludos que carrega; senti quando a mais bela metalinguagem do vocábulo partiu para o frio ausente de beijos e danças carinhosas; abracei um bem entendido e revigorei a educação, a parceria e a sensibilidade que nos seduz; compartilhei do cansaço e da alegria de projetar duplamente um futuro; rodopiei nos braços alegres de uma tontura saudavelmente sem fim; acalmei-me nos braços silenciosos e acalentadores de uma princesa de filme estrangeiro; e reli um amor que se faz passado-presente-futuro nos pormenores caminhos e meandros da vida, um amor com fé, com rodeios, descompromissado, incerto e certeiro. Ah! O Natal... Faço de todos os meus 365 dias um Natal; dias de exalar amor e carinho, de ansiar pela chegada do próximo fim de semana para juntar os amigos, de festejar no fundo acalentador da churrasqueira entre os familiares, de enamorar as mais belas companhias; e olhar para o topo da árvore, onde brilha a mais eterna estrela: a do Deus maravilhoso que me faz guiar e velejar por cada um dos mais belos galhos que a árvore faz questão de frutificar. Feliz Natal!
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BioGraduando de Arquitetura e Urbanismo, amante da música e de séries e filmes. Séries em andamento sempre que a arquitetura deixa. Ama os amigos como família e a família como anjos divinos encarregados de nos transbordar amor. Os melhores momentos da vida foram, são e sempre serão ao lado daqueles que te dão o conforto nos (a)braços do amor.
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Dizem por aí que tenho o dom de encantar com as palavras. Verdades ou boatos, continuo escrevendo como forma de levar às pessoas o que sinto, o que passo e o que penso. As conexões entre aquelas, por assim dizer, faz-se de grande importância para que o objetivo final das palavras soadas (ou escritas) seja alcançado. Ou seja, de que se transponha a força do pensamento e a pureza do coração.
Bem vindxs ao Indeed, onde o de fato figura-se entre as mais singelas incertezas. @vinirodriguesarq
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