Fui atingido por dois elementos fugazes. Foi sem querer, juro; não tinha como evitar. Fui vítima e não posso justificar o ato realizado que me atingiu sobremaneira dilacerante.
As palavras ainda parecem-me confusas, sinais reflexivos de um intenso bombardeio sentimental, virado e revirado múltiplas vezes, como um labirinto circular que adentra o olhar e move-se circundante, querendo me alucinar. E consegue. Penetra a íris da emoção e esbanja seu movimento, ensaiando-o num majestoso dançar de asas, num ritmar de balanço digno de um pássaro. Sim, um pássaro, que impulsiona-se em um salto regado de muitos anseios e, simultaneamente, de vazios que o levam para onde deve chegar. O pássaro e o olhar me atingiram por fatos distintos e, diria, conversados pelo destino. Um destino fantasioso, encantador, surpreendente e um tanto certeiro. Obrigado, destino! Aqueles pássaros me fixaram o olhar. Não o olhar comum, aquele que apenas visa o objeto esvoaçante e o limita como um ser voador, detentor de elementos biológico-naturais que lhe permitem aquela existência; mas, o olhar devaneador, o olhar que vê diante de si mesmo um ser detentor de sua autoexistência, de sua minúscula magnitude diante do mundo (perdoando-me o paradoxo), de sua grande vontade de conquista, de seu plano, não de voo, mas de infinitude... um pássaro: àquele que me elevou o olhar para a percepção e aceitação de sua própria liberdade. Voe, pássaro. Voem, pássaros. Mas, peço-lhes que permaneçam por perto. Deem-me esse prazer de poder passar pelos caminhos da vida cotidiana e observá-los voar sem rumo, sem julgamento, sem limites ou barreiras, sem preocupação de destino... Deixem que os instintos perfaçam seu destino. Permitam-me poder acompanhá-los com o meu olhar infinito, guiado pelo sentimento de também sobrepor o meu físico e juntar-me a vocês nesse voo de vento frio, mas que acalenta-se pelo fervor do pensamento e pela áurea do sentimento. Permita-me, pássaro, acompanhar o seu olhar em busca de um caminho de liberdade. Ganhemos o mundo juntos. Não deixe com que eu perca esse olhar... não perca o meu enxergar. Não fuja. Observemos o todo infinito ao nosso redor e batamos asas juntos, para onde os ventos quiserem nos levar. Afinal, para onde quer que cheguemos, devemos lutar pelo que nos permite voar: a liberdade.
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BioGraduando de Arquitetura e Urbanismo, amante da música e de séries e filmes. Séries em andamento sempre que a arquitetura deixa. Ama os amigos como família e a família como anjos divinos encarregados de nos transbordar amor. Os melhores momentos da vida foram, são e sempre serão ao lado daqueles que te dão o conforto nos (a)braços do amor.
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Dizem por aí que tenho o dom de encantar com as palavras. Verdades ou boatos, continuo escrevendo como forma de levar às pessoas o que sinto, o que passo e o que penso. As conexões entre aquelas, por assim dizer, faz-se de grande importância para que o objetivo final das palavras soadas (ou escritas) seja alcançado. Ou seja, de que se transponha a força do pensamento e a pureza do coração.
Bem vindxs ao Indeed, onde o de fato figura-se entre as mais singelas incertezas. @vinirodriguesarq
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