As lições passadas para casa têm grande eficácia para o aprendizado humano, o raciocínio temporal, a elucidação dos fatos e a coragem da mudança. Diante de tantas coisas que passamos nos trilhos da vida, abastecidos por enésimos elementos combustíveis, além do carregamento que vem posteriormente, chega-se a um estágio em que o trem de parar na estação da consciência e, assim como o maquinista, aproveita-se o tempo da parada para um descanso e a organização de tudo aquilo que se viu e viveu.
Diante do espelho da vida, a reflexão do eu que sobreviveu a tantos episódios, em filmes de diversos gêneros, em tardes de devaneios ilimitados ou noites encobertadas pelo temor da cena. A reflexão exibe nosso próprio eu, nosso estágio momentâneo decorrente de vários estágios anteriores. A reflexão mostra a percepção de nós mesmos. A sensação de se ver decorre a noção de quem somos e de toda a ânsia pelo que queremos a partir do momento que levantarmos a cabeça, fecharmos aquela água corrente que nos desperta e sairmos para mais um trajeto sobre os trilhos. Quando você se percebe, a noção de mundo parece perder-se ou confundir-se perante a nova lenha que se autoimpõe no forno pessoal. Fazer por você mesmo soa como uma grande vitória, quando se tem energia e consciência de que, sim, eu sou mais importante para mim mesmo; que não se importa com o que passageiros sem tickets irão achar da expulsão da estação que me pertence; que não importa a carga que eu levo para outra estação, mas que com certeza o seu peso não passa de mera noção física e que o meu combustível é potente o suficiente para descarregá-la nos próprios trilhos esvoaçantes que são deixados para trás. Quando você se percebe, a valorização torna-se sua melhor companheira, aquela que diz que tudo posso, que tenho condições de seguir em frente, que sou eu mesmo (e mais ninguém) quem inicia a caminhada e concede a força eletromotriz para a minha própria continuação; que me abre os olhos para as pessoas certas, valorizando quem realmente merece ser valorizado; que não me deixa mais perder tempo com pedras no sapato. Pra quê? Tira o sapato e vai descalço mesmo!; que me diz quem eu sou e aceita, por assim, ratificar os pensamentos e as ações pessoais. Quando você se percebe, perde-se o medo de ser quem tu és e passa-se a ter a certeza de que quem és pode, sim, passar por todo tipo de trilho (esteja ele intacto ou danificado), por todo tipo de paisagem (esteja ela ensolarada ou nublada), por todo tipo de estação (esteja ela cheia ou esvaziada). O que importa é que, primordialmente, o trem tenha uma identidade e dela parta todas as energias necessárias para que a engrenagem tenha força suficiente de dar o primeiro giro das rodas, sem remoer o que está sendo deixado pra trás e sem temer o que vai encontrar pela frente.
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BioGraduando de Arquitetura e Urbanismo, amante da música e de séries e filmes. Séries em andamento sempre que a arquitetura deixa. Ama os amigos como família e a família como anjos divinos encarregados de nos transbordar amor. Os melhores momentos da vida foram, são e sempre serão ao lado daqueles que te dão o conforto nos (a)braços do amor.
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Dizem por aí que tenho o dom de encantar com as palavras. Verdades ou boatos, continuo escrevendo como forma de levar às pessoas o que sinto, o que passo e o que penso. As conexões entre aquelas, por assim dizer, faz-se de grande importância para que o objetivo final das palavras soadas (ou escritas) seja alcançado. Ou seja, de que se transponha a força do pensamento e a pureza do coração.
Bem vindxs ao Indeed, onde o de fato figura-se entre as mais singelas incertezas. @vinirodriguesarq
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