Li um texto esses últimos dias que falava a respeito de diferenciação e homogeneização da sociedade atual. Como tudo que está ao nosso redor, inclusive os serviços oferecidos em plataformas digitais, tende a cada dia unificar os gostos, no qual apenas os semelhantes desenvolvem uma relação afinco e tal aspecto, ligeiramente, acaba tomando uma tônica de distinção entre os entes envolvidos.
Ao ler esse texto, automaticamente, minha mente processou algo ligado à paquera. O estímulo pela busca por um(a) parceiro(a) é sempre dado pela tônica do seu semelhante. Procura-se alguém de idades próximas, com gosto musical semelhante (e nem venha dizer que não gosta do artista o qual o outro é fã!), formação acadêmica similar, objetivos de vida em comum e alturas próximas ou iguais. Okay, tudo isso, em tese, são gostos pessoais e é isso, talvez, que nos motiva ir atrás de alguém com características semelhantes. Afinal, estamos cada vez mais habituados com as facilidades cotidianas, enraizando em nossos instintos que lidar com o diferente é mais difícil e que tomamos como certeza que nada poderia dar certo numa mistura nem um pouco homogênea. A altura, neste quesito, me impressiona: é incrível como pessoas objetivam em outra a semelhança de altura. É, sim, um critério de diferenciação que cada vez mais torna-se exigente na procura incessante por uma companhia. E tudo isso, associado a outros vários fatores, vão proporcionando cada vez mais um distanciamento entre pessoas que poderiam se descobrir juntas, lidar com suas diferenças e abrir-se para novas oportunidades de descobertas. É triste, mas é um fato. Eu fico imaginando o porquê de as pessoas acharem que esses critérios são necessários para se ter uma relação a dois ou até mesmo para o desenvolvimento de outros tipos de relação. Afinal, você é definido(a) pela sua altura? E suas emoções, as histórias que você tem para contar, sua experiência de vida, seus pensamentos? Tudo vai se resumir a um mero 1.70m? Dizem que devemos ter equilíbrio na vida. E é aí que eu acredito entrar o fator de relevância desse aspecto social/cultural, talvez. Não se relacionar, de sobremaneira, com alguém mais baixo(a) que você, certamente, não é um aspecto saudável de se encarar a vida. Como as oportunidades que surgem em sua estrada podem ser meramente descartadas por um fator tão mínimo, entende? Não quero encarar a vida assim. Sofremos muitas limitações em nossos dias e cada vez mais a sociedade nos impõe outros critérios de diferenciação, e isso é suficiente, basta! Nem vou entrar no mérito de discutir como a astrologia (e o vasto mapa astral) se tornou mais um critério (pesado) de diferenciação entre as pessoas. Os signos de fogo que o digam... Até quando a busca por nossos semelhantes deixará de ser um critério de autoexclusão para se tornar a busca pelo aprendizado a lidar com as diferenças e saber que a melhor experiência da vida é quando nos transbordamos pelas diferentes experiências do outro, que também acabam se tornando as mais altas histórias a serem contadas? É dessa altura que quero falar, o devaneio que não se mensura, deixa apenas ele flutuar...
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BioGraduando de Arquitetura e Urbanismo, amante da música e de séries e filmes. Séries em andamento sempre que a arquitetura deixa. Ama os amigos como família e a família como anjos divinos encarregados de nos transbordar amor. Os melhores momentos da vida foram, são e sempre serão ao lado daqueles que te dão o conforto nos (a)braços do amor.
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Dizem por aí que tenho o dom de encantar com as palavras. Verdades ou boatos, continuo escrevendo como forma de levar às pessoas o que sinto, o que passo e o que penso. As conexões entre aquelas, por assim dizer, faz-se de grande importância para que o objetivo final das palavras soadas (ou escritas) seja alcançado. Ou seja, de que se transponha a força do pensamento e a pureza do coração.
Bem vindxs ao Indeed, onde o de fato figura-se entre as mais singelas incertezas. @vinirodriguesarq
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